O groove da JAM no MAM em fotos e destaques!
Pra quem estava acostumado com nosso ritmo habitual, a JAM no MAM do sábado passado (28/10) surpreendeu promovendo uma noite com dinâmicas diferentes. A começar pela abertura da noite, com a multi-instrumentista Sona Jobarteh, que veio a Salvador para o Festival Recôncavo Instrumental (evento cuja abertura aconteceu dentro da JAM). O show, lindo, ocupou um grande palco montado no pátio do Solar do Unhão ao lado do palco da JAM e hipnotizou a atenção do público tanto com a performance da artista gambiana e seus músicos, quando pela infraestrutura de som e luz, ambas grandiosas.
Pouco depois das 20h foi o momento da banda Geleia Solar arregaçar as mangas e executar a difícil tarefa de dialogar musicalmente com uma plateia ainda arrebatada pelo talento de Sona e sua banda. “Erê Alabê”, composição (um verdadeiro Standard da JAM) de Ivan Bastos, foi a escolhida para esse momento.
Com a força irresistível da percussão de Lucas Maciel, Tiago Nunes, Ícaro Sá e Kaynã do Gêge, o que se viu foi uma versão reforçada por uma profusão de sopros, improvisando uma introdução de arrepiar. Ivan Sacerdote no clarinete, Lucas Decliê e André Becker no sax alto, Matias Traut no trombone de vara, Rowney Scott no sax soprano e, participando pela primeira vez na JAM, Victor Prado, expoente nacional no seu instrumento, a trompa. (Primeira trompa a improvisar com a gente na JAM no MAM!)
Mas “Erê Alabê” sem o "riff" da guitarra não "gruva"! Aí entra em cena Tarcísio Santos (o riff é o início de tudo) na guitarra, Bruno Aranha no piano e o próprio autor, Ivan Bastos, no baixo. Completando a Geleia Solar, Ivan Huol assumiu a bateria. Estava dada a largada para a jam session propriamente dita, com suas improvisações, solos e surpresas!
Por falar em clássicos, “Patinete Rami-Rami”, do nosso eterno Maestro Letieres Leite, veio logo em seguida, fazendo soar a força da levada baiana que Letieres soube tão bem traduzir na sua Orkestra Rupilezz. Grande parte dos artistas mais jovens em cena tem ou tiveram contato com esse projeto único de "Big Band" e nada mais justo que equiparar todos os músicos ao status de solistas. Ou seja, mais um momento especial para a nossa jam session esta noite!
Depois de uma pequena "à capela" da trompa de Victor, Ivan Sacerdote propõe "Vem Morena" de Luiz Gonzaga e Zé Dantas., trazendo uma atmosfera dançante para a noite. Mudando de clima, Rowney Scott propõe sua interpretação para "Samba e Amor", de Chico Buarque, com solos marcantes de Matias Traut e do próprio Scott. Gabriel Telles assume a guitarra e Edir Pereira da Cuíca proporciona um grande "coda" (sequência final, na linguagem musical), com a cuíca dialogando com sopros e bateria. Lindo!
"A Rita", mais um samba de Chico, também entrou no repertório da noite, que contou ainda com “Bebê”, de Hermeto Pascoal, entre outras pérolas da nossa música brasileira. Nos últimos cinco minutos de JAM, Sacerdote puxa "Chame Gente", de Moraes Moreira e Armandinho Macedo, super clássico do carnaval baiano, no melhor estilo "guitarrinha baiana".
E olha que esses foram apenas alguns destaques de uma noite que contou com várias canjas, muitas delas com a participação de artistas estrangeiros que estão em Salvador para um intercâmbio da Escola de Música da UFBA com uma instituição de Mannheim, na Alemanha.
Na JAM é sempre assim; não dá pra prever ao certo quem vai tocar! E é por isso que é melhor colocar na agenda: No dia 25 de novembro teremos a penúltima JAM do ano! Até lá, que tal conferir as fotos lindas de Lígia Rizério para a nossa JAM de outubro passado?